O céu era negro, a terra era árida,
água não havia, nada germinava...
Em melancolia me quis fechar
e na terra fria me vi a tombar.
Criei uma teia, vivi num casulo,
foi a protecção dos males do mundo.
Passei a expor só os pensamentos,
nem sentia o corpo, este mal se via...
A teia cresceu mas eu nunca parei
ao longo da vida o que fiz mostrei:
pinturas sem conta, sempre transparentes
emoções vividas, ternas, muito quentes.
Criei muitos laços, projectos sem fim,
com mais sonhadores com quem sempre vivi.
Pintura e Gravura são sonhos erguidos
e vezes sem conta neles te encontrei.
Minha antiga teia acabei por rasgar,
se o Mundo se oferece quero aproveitar...
O céu está claro, curiosos, pela mata iremos...
e assim amanhã muitas árvores pintadas teremos!
Marina dos Santos
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